Rádio

Lima Duarte: Do som à imagem

Ariclenes Venâncio Martins é o nome de batismo de Lima Duarte, ator que deu vida a personagens imortais como Zeca Diabo, Sinhozinho Malta e Sassá Mutema.

O sucesso começou no rádio. Desde garoto, o mineiro de Desemboque interpretava as notícias que lia para o pai, sempre em voz alta.

Seu Antônio Martins dizia que “quem detém a informação, detém o poder”. O homem simples tinha o costume de escutar o rádio em volume baixo, “para ser o único a ouvir”. Além da admiração do filho, o hábito diário levava os vizinhos, ávidos por informações, à porta da família Martins.

A mãe, dona América, fez circo-teatro e Ariclenes a acompanhou, com estreia na peça “A Ladra”.

Em 1946, aos 16 anos, foi para São Paulo. Queria ingressar no rádio. Foi reprovado em um teste na Rádio Tupi. “Por causa do meu jeito caipira. Diziam que eu tinha voz de sovaco”, conta, aos risos.

Barrado para a locução, virou operador de som. Logo chegou a sonoplasta. Nos intervalos, fazia imitações de animais, com o corpo. Chamou a atenção de Oduvaldo Vianna, diretor artístico da Rádio Difusora, que o convidou para uma fala em radionovela. “Minha voz era diferente, passei a fazer bandidos, vagabundos”.

Tornou-se um dos principais dubladores do país, dando vida a personagens de desenhos infantis como Manda Chuva, Wally Gator e Babalu.

Aos poucos, cedeu espaço ao ator. Em 1950, na pioneira TV Tupi, era um dos principais nomes das Emissoras Associadas, onde trabalhou por 27 anos. De lá, foi para a Globo, onde está até hoje, com quase 100 personagens em toda carreira.

Em “Além da Ilusão”, viveu o coronel Afonso, sua mais recente atuação. A arte de interpretar passou de geração em geração, com a filha Débora, a neta Paloma e a bisneta Clara.

Um dos atores mais premiados do país, @limaduarte detém o poder de ser admirado por todos.

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