Rádio

No tempo das grandes audições

Um dos lugares mais lembrados em grandes eventos do país, como a Semana de Arte Moderna, de 1922, é o Theatro Municipal de São Paulo, na capital paulista.

Inspirado na Ópera de Paris, o espaço inaugurado em 1911 é considerado a principal casa de cultura da cidade, com capacidade para 1523 assentos. Em seus grandes salões, a maioria com plateias fixas, aconteceram audições radiofônicas que, além de lotarem os espaços, reforçavam a importância do rádio enquanto meio público e de comunicação de massa.

Nos tempos dos fones de ouvido, quando o rádio de galena reinava absoluto, dentro dos salões existia um ponto para “irradiação”, que proporcionava aos ouvintes a experiência de uma transmissão.

Com a chegada do alto falante e a melhoria de sinal nos aparelhos de rádios, a experiência coletiva se ampliou. Ficou qualificada.

As audições se repetiram em todo Brasil, em lugares como teatros, salões de chá, auditórios, clubes, bailes e até em espaços públicos adaptados. Reforçaram a importância do ao vivo.

O rádio caiu no gosto popular, tomou as ruas, praças e parques. Muitas emissoras chegaram a fazer shows em suas sacadas para o público do entorno. Orlando Silva, Luiz Gonzaga e Francisco Alves foram alguns dos protagonistas dessas exibições. Uma preocupação das estações, principalmente na Era do Rádio, foi criar grandes auditórios para receber o público – como o da Rádio Nacional do Rio de Janeiro (foto), sempre lotado.

Promovidas pelas emissoras, grandes audições foram realizadas até mesmo em estádios de futebol e na orla das praias. Inicialmente para as elites, hoje o rádio é para todos. Um meio que nasceu e continua democrático.

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