Rádio

Landell de Moura: O padre inventor

Em 21 de janeiro de 1861, nascia, em Porto Alegre (RS), Roberto Landell de Moura. Dos estudos de Direito Canônico, na Itália, o monsenhor veio para o Brasil, onde exerceu a vida religiosa no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.

 

Pioneiro na transmissão da voz humana, por meio de ondas eletromagnéticas, a ele foi atribuída a criação do rádio.

Porém, o professor Luiz Artur Ferraretto, da UFGRS, explica: “A confusão se estabelece porque ‘rádio’ e ‘wireless’ eram sinônimos. Portanto, inventou o wireless, hoje tão fundamental. Isso justifica o “rádio” enquanto prefixo de inúmeros meios com propagação de ondas eletromagnéticas, como radiotelefonia, radiodifusão e radiotelegrafia”.

Landell fez experiências entre 1893 e 1894. Três anos antes dos europeus, em 1899, em São Paulo, transmitiu por meio de seu “telephoro” a uma distância de sete quilômetros. Apenas David Sarnoff pensou “rádio” como meio de comunicação de massa e com recepção em aparelhos particulares.

Hamilton Almeida, um dos biógrafos de Landell de Moura, comenta que o Jornal do Comércio (RJ) registrou a experiência de 3 de junho de 1900, em Santana, bairro de São Paulo (SP).

Landell de Moura registrou seus inventos no Brasil e nos Estados Unidos, onde patenteou o “wireless telephone” (1901), “wireless telegraph” (1902) e “wave transmitter” (1903).

O padre não teve qualquer ajuda financeira e, por décadas, não recebeu os devidos créditos, reflexo do negacionismo público, que chegou a considerá-lo “bruxo”.

O tempo fez justiça. Além de Hamilton Almeida, nomes como Ernâni Ferrari e Ivan Dorneles Rodrigues (criador de seu Memorial) se dedicaram a registrar a vida do padre inventor, morto em junho de 1928. Hoje, é estudado pelas universidades ligadas à radiodifusão e engenharia elétrica. Em 2012, Landell de Moura entrou para o Livro dos Heróis da Pátria, em Brasília. É hoje Patrono dos Radioamadores.

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