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Edgar Roquette-Pinto (1884-1954) vai além da criação da pioneira Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923. O professor, médico e antropólogo é também o pai do rádio educativo.
“A rádio é a escola dos que não têm escola. É o jornal de quem não sabe ler. É o mestre de quem não pode ir à escola. É o divertimento gratuito do pobre. É o animador de novas esperanças. O consolador dos enfermos e o guia dos sãos, desde que o realizem com espírito altruísta e elevado”, dizia o educador, que sempre reforçou a importância do rádio como instrumento formador e de ampliação do conhecimento.
A ferrenha defesa de Roquette-Pinto justifica a decisão, em 1936, de doar sua rádio para o Ministério da Educação e Cultura, dando origem à Rádio MEC. Como condição, impôs que a rádio deveria se tornar educativa, não comercial, laica e apartidária.
Foi ele também que, em 6 de janeiro de 1934, criou a Rádio Escola do Rio de Janeiro, projeto totalmente voltado à educação. Em 1946, a emissora foi transformada em Rádio Roquette-Pinto, no 630 AM.
Avesso a homenagens, o nome que batizou a emissora foi uma decisão do prefeito Henrique Dodsworth. Com a mudança da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, a posse da emissora educativa passou para o Estado da Guanabara e posteriormente ao governo do Rio de Janeiro. Em 1974, foi criada a emissora em frequência modulada, no 94 FM, tendo a programação unificada em 2002, com a transmissão no mesmo sinal. Hoje, a Rádio Roquette-Pinto, a Rádio MEC e centenas de outras estações levam primordialmente os princípios do primeiro educador, o rádio educativo.
