O nome de Estevam Sangirardi deve estar sempre acompanhado do apelido de “Rei do rádio esportivo-humorístico”.
Criador do histórico “Show de Rádio”, na Jovem Pan, em 1969, Sangirardi achou o tom certo para a crônica esportiva e o humor. Principalmente nos jogos de futebol, dava o ar descontraído de uma conversa entre amigos sobre o campeonato ou as diferenças entre times.
A sátira levou o programa a grande sucesso. Quantos personagens foram criados? De perder a conta! O próprio Sangirardi interpretou figuras como o mordomo Archibald, os comendadores Fumagale e Strufaldi, o são-paulino Didu, entre outros.
Criou no programa um time forte, com nomes como Odayr Barbosa (da fictícia Rádio Camanducaia), Geraldo Barreto, Serginho Leite, Ciro Jatene, Douglas Rasputin, Tatá e Escova – depois parceiros de Fausto Silva no “Perdidos na Noite”, quando o então repórter esportivo chegou a participar da atração.
O auge se deu entre as décadas de 1970 e 1980, inspirando programas que vieram no futuro, como “Na Geral”, “Estádio 97”, “Resenha, Futebol e Humor”, “Quem Não Faz, Toma”.
Sangirardi fez escola também em casa. Seu enteado, o cardiologista Carlos Alberto Pastore – que hoje dá dicas de saúde no rádio – acompanhava o padrasto desde cedo na apresentação do programa “Quinta Avenida”, na Jovem Pan.
Na rica carreira na radiodifusão, Sangirardi passou ainda pelas rádios Record, Bandeirantes e Tupi, assim como pelas TVs Gazeta, Record e Tupi.
O rádio perdeu Estevam Sangirardi em 1994, aos 71 anos, mas as gravações de seus programas são a garantia de emoção e muitas gargalhadas. Golaço de crítica.